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Um guia passo a passo para uma boa confissão

Todos os anos, na quaresma, a Paróquia Sant’Ana realizará o mutirão de confissões durante um dia inteiro para seus fieis. Pensando nisso compartilhamos com vocês este artigo da Opus Dei com um caminho passo a passo para ter uma boa confissão. Fique atento! neste ano de 2024 o mutirão de confissões acontecerá no dia 14 de março. Neste breve guia encontramos uma ajuda para nos prepararmos para receber com fruto o sacramento da Reconciliação; inclui uma explicação dos passos para nos aproximarmos da Confissão, exames de consciência e textos para meditar na grandeza do perdão que Deus nos quer dar. S. Josemaria costumava chamar à Confissão o sacramento da alegria, porque através dele se recuperam a alegria e a paz que traz a amizade com Deus, um dom que só o pecado é capaz de roubar às almas dos cristãos. O que é a confissão? «O sacramento da Reconciliação é um sacramento de cura. Quando me confesso é para me curar, para curar a minha alma, o meu coração e algo de mal que cometi»[1]. Porquê confessar-se? Explica o Papa Francisco que «o perdão dos nossos pecados não é algo que possamos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, é um dom do Espírito Santo»[2]. É complicado confessar-se? Não o é tanto: no Catecismo, a Igreja propõe-nos quatro passos para uma boa confissão[3]: 1) Exame de consciência; 2) Contrição (ou arrependimento), que inclui o propósito de não voltar a pecar; 3) Confissão; 4) Satisfação (ou cumprir a penitência). São quatro passos que damos para poder receber o grande abraço de amor que Deus nosso Pai nos quer dar com este sacramento: «Deus espera-nos, como o pai da parábola, de braços estendidos, ainda que não o mereçamos. Não importa a nossa dívida. Como no caso do filho pródigo, apenas é preciso que abramos o coração»[4]. Explicamos a seguir estes quatro passos, que ajudarão a viver em toda a sua grandeza este sacramento da misericórdia de Deus. 1. Exame de consciência O exame de consciência consiste em refletir sobretudo aquilo que nos tenha podido afastar de Deus «Que conselhos daria a um penitente para fazer uma boa confissão? – pergunta-se ao Papa Francisco – Que pense na verdade da sua vida frente a Deus, o que sente, o que pensa. Que saiba olhar com sinceridade para si mesmo e para o seu pecado. E que se sinta pecador, que se deixe surpreender, surpreendido por Deus»[5]. O exame de consciência consiste em refletir sobre aquelas ações, pensamentos ou palavras que nos tenham podido afastar de Deus, ofender os outros ou causar-nos dano interiormente. É o momento de ser sinceros consigo próprio e com Deus, sabendo que Ele não quer que os nossos pecados passados nos oprimam, antes deseja libertar-nos deles para podermos viver como bons filhos seus. Indicamos algumas perguntas para ajudar a refletir sobre aquilo de que podemos pedir perdão a Deus. Servem apenas como uma orientação: o mais importante é entrar no próprio coração e admitir as próprias faltas. Se queremos, durante a confissão podemos pedir ao sacerdote que nos ajude propondo-nos outras questões. 2. Contrição e propósito de não voltar a pecar. A CONTRIÇÃO, OU ARREPENDIMENTO, É UMA DOR DA ALMA E UMA REJEIÇÃO DOS NOSSOS PECADOS, QUE INCLUI A RESOLUÇÃO DE NÃO VOLTAR A PECAR. A contrição, ou arrependimento, é uma dor da alma e uma rejeição dos nossos pecados, que inclui a resolução de não voltar a pecar. É um dom de Deus: por isso, se te parece que ainda estás apegado ao pecado – que, por exemplo, não te vês com forças para abandonar um vício, perdoar a uma pessoa ou emendar um dano causado – pede-lhe a Ele que atue no teu coração, para que rejeites o mal. Por vezes, o arrependimento chega com um sentimento intenso de dor ou vergonha, que nos ajuda a emendar-nos. No entanto, não é indispensável sentir esse tipo de dor; o importante é compreender que agimos mal, ter desejos de melhorar como cristãos e fazer o propósito de não voltar a cometer essas faltas. «A contrição – explica o Papa – é o pórtico do arrependimento, é essa senda privilegiada que leva ao coração de Deus, que nos acolhe e nos oferece outra oportunidade, sempre que nos abramos à verdade da penitência e nos deixemos transformar pela sua misericórdia»[6]. Existem várias orações que servem para manifestar a contrição, por exemplo, a seguinte: Meu Deus, arrependo-me de todo o coração de todos os meus pecados e detesto-os, porque ao pecar, não só mereço as penas que causam, mas principalmente porque te ofendo a Ti, sumo Bem e digno de amor acima de todas as coisas. Por isso proponho firmemente, com a ajuda da Tua graça, daqui em diante não voltar a pecar e fugir de toda a ocasião de pecado. Ámen. 3. Confessar os pecados. Uma boa confissão é dizer os pecados ao sacerdote de forma clara, concreta, concisa e completa. A confissão consiste na acusação dos pecados feita diante do sacerdote. «Confessar-se com um sacerdote é um modo de pôr a minha vida nas mãos e no coração de outro, que nesse momento atua em nome e por conta de Jesus. (…) É importante que vá ao confessionário, que me ponha a mim mesmo frente a um sacerdote que representa Jesus, que me ajoelhe frente à Mãe Igreja chamada a distribuir a misericórdia de Deus. Há uma objetividade neste gesto, em ajoelhar-me frente ao sacerdote, que nesse momento é o canal da graça que me chega e me cura»[7]. Costuma dizer-se que uma boa confissão tem “4 C”: 1. Clara: indicar qual foi a falta específica, sem acrescentar desculpas. 2. Concreta: referir o ato ou pensamento preciso, não usar frases genéricas. 3. Concisa: evitar dar explicações ou descrições desnecessárias. 4. Completa: sem calar nenhum pecado grave, vencendo a vergonha. A confissão é um sacramento, cuja celebração inclui certos gestos e palavras da parte do penitente

Hoje é celebrado o Santíssimo Nome de Jesus (03/01)

Hoje, 3 de janeiro, a Igreja celebra do dia do Santíssimo Nome de Jesus. “Este é aquele santíssimo nome desejado pelos patriarcas, esperado com ansiedade, suplicado com gemidos, invocado com suspiros, requerido com lágrimas, dado ao chegar a plenitude da graça”, dizia são Bernardino de Sena. A palavra Jesus é a forma latina do grego “Iesous”, que por sua vez é a transliteração do hebraico “Jeshua” ou “Joshua” ou também “Jehoshua”, que significa “Yahveh é salvação”. O Santíssimo Nome de Jesus começou a ser venerado nas celebrações litúrgicas do século XIV. São Bernardino de Sena e seus discípulos propagaram o culto ao Nome de Jesus. Em 1530, o papa Clemente VI concedeu pela primeira vez à ordem franciscana a celebração do Ofício do Santíssimo Nome de Jesus. São Bernardino costumava carregar uma pequena imagem que mostrava a Eucaristia com raios saindo dela e, no meio, via-se o monograma “IHS”, abreviação do Nome de Jesus em grego (ιησουσ). Mais tarde, a tradição devocional acrescentou um significado às siglas: “I”, Iesus (Jesus); “H”, Hominum (dos homens); “S”, Salvator (Salvador). Juntos, querem dizer Jesus, Salvador dos Homens. Santo Inácio de Loyola e os jesuítas fizeram deste monograma o emblema da Companhia de Jesus. O nome de Jesus, invocado com confiança: Oferece ajuda nas necessidades corporais, segundo a promessa de Cristo: “Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16,17-18). No Nome de Jesus, os Apóstolos deram força aos aleijados (At 3,6; 9,34) e vida aos mortos (At 9,40). Dá confiança nas provações espirituais. O Nome de Jesus recorda ao pecador o “pai do filho pródigo” e o bom samaritano; ao justo, recorda o sofrimento e a morte do inocente Cordeiro de Deus. Protege-nos de Satanás e de suas artimanhas, pois o diabo teme ao Nome de Jesus, quem o venceu na Cruz. No Nome de Jesus, obtemos toda bênção e graça no tempo e na eternidade, pois Cristo disse: “O que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará” (Jo 16,23). Portanto, a Igreja termina todas as suas orações com as palavras: “Por Jesus Cristo, nosso Senhor”, etc. Assim, cumpre-se a palavra de São Paulo: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos” (Fl 2,10).

Papa Francisco aos jovens: procurem os encontros reais, não os virtuais

No encontro com os jovens, Francisco disse que “há tantos hoje que são muito “social”, mas pouco sociais: fechados em si mesmos, prisioneiros do celular que trazem na mão, mas no visor falta o outro, faltam os seus olhos, a sua respiração, as suas mãos. Ao invés, como é bom estar com os outros, descobrir as novidades do outro; cultivar a mística do todo, a alegria de compartilhar, o ardor de servir!” O Papa Francisco encontrou-se com os jovens, na manhã desta segunda-feira (06/12), na Escola das Irmãs Ursulinas São Dionísio, em Maroussi, Atenas, último compromisso público do Santo Padre em terras gregas. Francisco aproveitou a ocasião para agradecer o acolhimento recebido e o trabalho realizado na organização de sua visita ao país. Depois de ouvir os testemunhos dos jovens, o Papa fez um comentário sobre cada um. A fé é um caminho quotidiano com Jesus A jovem Katerina falou sobre suas frequentes dúvidas de fé. O Papa lhe disse para “não ter medo das dúvidas, porque não são faltas de fé. Pelo contrário, as dúvidas são «vitaminas da fé»: ajudam a robustecê-la, tornando-a mais forte, ou seja, mais consciente, mais livre, mais madura. Tornam-na mais disposta a pôr-se a caminho, a seguir em frente com humildade, dia após dia”. A fé é precisamente isto: um caminho quotidiano com Jesus, que nos leva pela mão, acompanha, encoraja e, quando caímos, nos levanta. É como uma história de amor, onde se avança sempre juntos, a cada dia; e contudo sobrevêm, como numa história de amor, momentos em que há necessidade de se interrogar, de superar as dúvidas. E é útil, faz subir o nível do relacionamento. PAPA FRANCISCO “O âmago da fé não é uma ideia nem uma moral, mas uma realidade, uma realidade belíssima que não depende de nós e que nos deixa de boca aberta: somos filhos amados de Deus! Filhos amados: temos um Pai que olha por nós sem nunca cessar de nos amar. Não podemos deixar de nos maravilhar por sermos para ele, não obstante todas as nossas fraquezas e pecados, filhos amados desde sempre e para sempre”, frisou o Papa. Os jovens “não valem pela marca da roupa que usam” Francisco disse ainda que quando ficarmos desiludidos com o que fazemos, devemos ter a coragem de admirar o perdão. No perdão se encontram “o rosto do Pai e a paz do coração” que “nos derrama o seu amor num abraço que nos levanta, que desintegra o mal cometido e volta a fazer brilhar a beleza incancelável que há em nós: a de sermos seus filhos prediletos. Não permitamos que a preguiça, o medo ou a vergonha nos roubem o tesouro do perdão. Deixemo-nos maravilhar pelo amor de Deus”. Jovens, vocês “não valem pela marca da roupa ou pelos sapatos que usam, mas porque é único, é única”. Não se deixem encantar pelas mensagens sedutores e insistentes das sereias de hoje, “que apostam em lucros fáceis, nas ilusórias necessidades do consumismo, no culto do bem-estar físico, da diversão a todo o custo. São muitos fogos de artifício, que brilham por um momento, mas deixam apenas fumaça no ar”. Há tantos hoje que são muito “social”, mas pouco sociais O testemunho de Ioanna foi centrado nas duas mulheres mais importantes de sua vida: sua mãe e sua avó, que a «ensinaram a rezar, a agradecer a Deus todos os dias», assimilando “a fé de forma natural, genuína”. A jovem nos deu uma sugestão útil: “recorrer ao Senhor para qualquer coisa, falar com Ele, confessar-Lhe as nossas preocupações”. Ioanna falou também de uma terceira pessoa decisiva para ela, uma irmã que lhe mostrou a “alegria de olhar a vida como um serviço, pois servir os outros é o caminho para conquistar a alegria. É o caminho para se fazer algo de realmente novo na história. O serviço é a novidade de Jesus; o serviço, o dedicar-se aos outros é a novidade que torna a vida sempre jovem”. O Papa convidou os jovens a não se contentarem com “encontros virtuais, mas a procurar os encontros reais”, a não procurarem “visibilidade, mas os invisíveis. Isto sim; é ser original, revolucionário.  “Há tantos hoje que são muito “social”, mas pouco sociais: fechados em si mesmos, prisioneiros do celular que trazem na mão, mas no visor falta o outro, faltam os seus olhos, a sua respiração, as suas mãos.” PAPA FRANCISCO O visor torna-se facilmente num espelho, onde você julga ter diante de si o mundo, quando na realidade você está sozinho, num mundo virtual cheio de aparências, de fotografias maquiadas para parecer sempre bonito e em forma. Ao invés, como é bom estar com os outros, descobrir as novidades do outro; cultivar a mística do todo, a alegria de compartilhar, o ardor de servir! Tenham a coragem da esperança O último testemunho foi de Aboud que fugiu da Síria junto com seus parentes, depois de terem corrido várias vezes o risco de serem mortos pela guerra. “Depois de tantos «nãos» e mil dificuldades, vocês chegaram a este país da única maneira possível, de barco, permanecendo «num rochedo sem água nem comida, esperando o amanhecer e um navio da guarda costeira». Uma verdadeira e própria odisseia dos nossos dias”, disse o Papa. O Papa convidou os jovens a alimentarem a coragem da esperança, como fez Aboud. “E como se faz? Através de suas opções”, respondeu Francisco. Escolher é um desafio: é enfrentar o medo do desconhecido, sair do pântano da homogeneização, decidir tomar as rédeas da própria vida. Para fazer opções corretas, vocês devem se lembrar de uma coisa: as boas decisões têm a ver sempre com os outros, e não apenas conosco. Eis as opções pelas quais vale a pena arriscar, os sonhos que se devem realizar: aqueles que exigem coragem e envolvem os outros. É o que lhes desejo: com a ajuda de Deus, Pai que os ama, tenham a coragem da esperança. PAPA FRANCISCO

Tem início, na Cidade do México, a 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe

Na Solenidade de Cristo Rei, neste 21 de novembro, aos pés de Maria de Guadalupe, a Igreja da América Latina e do Caribe se reuniu para a abertura da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Na Eucaristia o presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), dom Miguel Cabrejos, disse que são cerca de mil participantes da Assembleia, incluindo os presentes na Cidade do México e os que participam virtualmente, para dar “graças a Deus por esta nova experiência de viver, sentir e participar da Igreja”. Sob a inspiração do lema “Somos todos discípulos missionários em saída”, o encontro se estende até 28 de novembro. Em sua homilia, o arcebispo de Trujillo disse que a Assembleia Eclesial vem depois de “um longo caminho percorrido juntos, escutando a todos, sentindo como é belo ser membro do corpo místico de Cristo, protagonistas e corresponsáveis pela evangelização como discípulos missionários”. Ele pediu a Deus que abra os corações dos participantes para se deixar guiarem em espírito de escuta, sinodalidade e unidade eclesial, e descobrir o que Ele quer nos dizer como o seu povo a caminho. O prelado peruano comparou esta Assembleia com a Conferência de Medellín, que ele definiu como “a ‘recepção criativa’ do Concílio Vaticano II, em um contexto marcado pela pobreza e exclusão”. Da mesma forma, ele disse que via esta Assembleia Eclesial como um momento “para ‘reviver Aparecida’, que reafirmou a renovação do Concílio, e procura contribuir para uma ‘segunda recepção’ do Vaticano II no novo contexto em que vivemos”. Segundo dom Miguel Cabrejos, é uma Assembleia histórica, “porque, em vez de realizar a VI Conferência Geral dos Bispos, o Papa Francisco propôs esta Assembleia Eclesial, composta por representantes de todo o Povo de Deus”. Estamos testemunhando “a passagem de uma assembleia na qual apenas bispos participaram para uma assembleia plenamente eclesial”, insistiu o presidente do Celam. O arcebispo peruano destacou que na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “estamos unidos na diversidade de ministérios e carismas”. Juntamente com isto, “inaugura um novo organismo sinodal em nível continental, que coloca a colegialidade episcopal no coração da sinodalidade eclesial, expressão do vínculo entre o Bispo e o Povo de Deus em sua Igreja local, e da concepção da Igreja universal como uma ‘Igreja das Igrejas locais’, presidida em unidade pelo Bispo da Igreja de Roma, com Pedro e sob Pedro”. Ele também pediu à nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, para mostrar o caminho que Deus deseja para sua Igreja na região e a docilidade “para assumir um processo de conversão permanente, em comunhão com o Concílio Vaticano II e o Papa Francisco, no caminho para o Sínodo sobre a Sinodalidade, e o que as exigências pastorais significam para o Jubileu do evento Guadalupano (2031) e o da Redenção (2033)”. Para a Assembleia que começa, o presidente do Celam pediu “o dom da escuta, aquilo que nos leva a deixar nossas posições particulares reduzidas e nos aproxima de nossos irmãos e irmãs para buscar a Deus em comum e em comunhão”. Ele também pediu para seguir o exemplo de São João Diego, “para abrir nossos corações à interculturalidade, sem medo ou dúvida”. “Escutar e Transbordar”, pede o Papa à Assembleia Através de uma mensagem, o Papa Francisco saudou os participantes e ressalta a importância deste evento para reavivar o espírito da Conferência de Aparecida, com o olhar voltado ao Sínodo de 2023, para impulsionar uma Igreja “em saída sinodal”. De modo especial, Francisco propõe duas palavras à atenção dos participantes: escutar e transbordar. O dinamismo das assembleias eclesiais está no processo de escuta, diálogo e discernimento, escreveu o Papa. “Numa assembleia, o intercâmbio facilita ‘escutar’ a voz de Deus até escutar com Ele o clamor do povo, e escutar o povo até respirar nela a vontade a que Deus nos chama.” Portanto, o pedido de Francisco é que a Igreja procure escutar-se mutuamente e escutar os clamores dos mais pobres e esquecidos. A segunda palavra – “transbordar” – se insere no contexto de encontrar caminhos que evitem que as diferenças se transformem em divisões e polarizações. “Neste processo, peço ao Senhor que esta Assembleia seja expressão do ‘transbordar’ do amor criativo do Espírito, que nos impulsiona a sair sem medo ao encontro dos demais, e que anima a Igreja para que, por um processo de conversão pastoral, seja cada vez mais evangelizadora e missionária.” O Pontífice conclui animando os participantes a viverem estes dias acolhendo com gratuidade e alegria este chamado a transbordar o Espírito no Povo fiel de Deus que peregrina na América Latina e no Caribe. >>> Conheça o hino oficial da Assembleia aqui. Participantes do Brasil O Brasil está participando com uma delegação de 314 convidados, com as vagas distribuídas conforme as vinculações eclesiais, sendo 64 bispos distribuídos proporcionalmente ao número de dioceses dos 19 regionais da CNBB, 63 vagas para padres e diáconos, 63 vagas para religiosos e institutos seculares distribuídas segundo os diferentes carismas, 94 indicações para leigos cujas vagas foram distribuídas pela Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) observando as referências nos organismos ligados ao laicato como Conselho Nacional dos Leigos do Brasil (CNLB), CEBs, e também nas Pastorais, como a Familiar e a Juvenil. Estão incluídas ainda 31 vagas que foram contempladas por pessoas que integram grupos excluídos, entre os quais participarão cinco indígenas brasileiros.  O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, não entrou na lista dos 314 convidados, uma vez que está como “membro nato” da assembleia, por conta da função na Conferência Episcopal. Presencialmente, no México, estão participando o arcebispo de São Paulo e delegado da CNBB junto ao Celam, o cardeal Odilo Pedro Scherer, e a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Maria Inês Ribeiro. Presidente da CRB fala das expectativas para a Assembleia Confira, abaixo, o vídeo que nos enviou irmã Maria Inês sobre como se preparou para este momento e o que espera desta Assembleia Eclesial. Acompanhe, ao vivo, a

“Pecadores sim, corruptos jamais!”: o Angelus do Papa na Solenidade de Cristo Rei

Após celebrar a missa na Basílica Vaticana por ocasião da Jornada Mundial da Juventude diocesana, o Papa Francisco se reuniu com fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para o Angelus dominical. Em sua alocução, acompanhado de dois jovens da diocese de Roma, o Pontífice comentou o Evangelho da Liturgia deste último Domingo do Tempo Comum, que culmina numa afirmação de Jesus: “Eu sou Rei”. Ele pronuncia estas palavras perante Pilatos, enquanto a multidão grita para o condenar à morte. Anteriormente, Jesus não queria que o povo o aclamasse como rei, mas o fato é que a realeza de Jesus é bastante diferente da mundana, como explicou o Papa: “Ele não vem para dominar, mas para servir. Ele não vem com os sinais do poder, mas com o poder dos sinais. Não está vestido com insígnias preciosas, mas está despido na cruz.” A sua realeza vai além dos parâmetros humanos, disse ainda Francisco. “Ele não é rei como os outros, mas que é rei para os outros.” Aplausos ou serviço? O Papa prosseguiu destacando que Cristo disse que é rei no momento em que a multidão está contra ele, mostra-se livre do desejo de fama e glória terrena. “E nós – perguntemo-nos – sabemos como imitá-lo nisto? No que fazemos, em particular no nosso compromisso cristão, contam os aplausos ou o serviço?” Jesus não só evita qualquer busca da grandeza terrena, como também torna livre e soberano o coração de quem o segue. “O seu reino é libertador, não há nada de opressivo. Ele trata cada discípulo como um amigo, não como um súdito.” Portanto, acrescentou o Papa, seguindo Jesus, não se perde, mas se ganha dignidade. Porque Cristo não quer ao seu redor servilismo, mas pessoas livres. Pecadores sim, corruptos jamais! O fundamento desta liberdade de Jesus vem da verdade. É a sua verdade que nos liberta: “A vida do cristão não é uma recitação em que se possa usar a máscara que é mais conveniente. Porque quando Jesus reina no coração, ele liberta-o da hipocrisia, dos subterfúgios, das duplicidades.” Certamente todos somos pecadores, reconheceu o Papa. Mas, quando vivemos sob o senhorio de Jesus, não nos tornamos corruptos, falsos, inclinados a encobrir a verdade. Não se leva uma vida dupla. “Pecadores sim, corruptos jamais!” O Pontífice concluiu pedindo a intercessão de Nossa Senhora para que nos ajude a procurar todos os dias a verdade de Jesus, que nos liberta das escravidões terrenas e nos ensina a governar os nossos vícios.

Ano de São José celebra o silêncio fecundo deste santo, afirma Bispo

O Ano de São José, convocado pelo Papa Francisco, celebra “a santidade, a espiritualidade e o silêncio fecundo do pai de Jesus” e ensina a “nos colocarmos a serviço do plano de Deus”, indicou o Bispo de Campanha (MG), Dom Pedro Cunha Cruz. Em um recente artigo, intitulado “São José, esposo da Virgem Maria e Patrono da Igreja Universal”, o Prelado indicou o que se pode aprender com este santo. Primeiramente, Dom Pedro Cruz recordou que “Deus confiou a São José as ‘primícias da Igreja’, isto é, Maria e o Menino”. Assim, é o “protetor da cabeça e da mãe da Igreja, solícito e vigilante” e também “um homem justo”. “Ele viveu a obediência da fé. Foi um fiel cumpridor da vontade de Deus”, pontuou. Nesse sentido, Dom Pedro Cruz explicou que, em hebraico, o termo “justo” significa “‘justiça’ (e justificação) no sentido de salvação, o poder e a vontade salvífica de Deus”, o qual é Ele mesmo “o agente desta justiça”. “Deus quer justificar o seu povo ao enviar o seu Filho. A justiça de Javé está em suas ações salvíficas, seja na história de Israel, seja no futuro messiânico”, assinlou. Além disso, explicou que “justo significa inocente, qualidade de não imputável”, ou seja, “o justo é o homem de boa conduta”. Dessa forma, observa que, quando o Evangelho de São Mateus (1,19) se refere a São José com a expressão “Sendo justo”, significa que, ao saber da gravidez de Maria e decidir rejeitá-la secretamente para não difamá-la, esta “foi uma decisão de clemência”. Trata-se, ressaltou o Bispo, de uma decisão “reveladora não apenas da sua sabedoria e do domínio de si mesmo, mas também de sua benevolência e misericórdia, próprias de um homem justo; pois, para os hebreus, o noivado já era um compromisso decisivo relativo ao matrimônio. Faltava-lhe apenas a sanção da vida em comum ou a dois”. Em seguida, sublinhou, “José compreendeu o Mistério da Encarnação de Cristo, concebido por Maria na disponibilidade e gratuidade do serviço a Deus”. Assim, “depois de Maria, toda a Igreja deve uma singular graça e reverência a São José”, pois ele se tornou “colaborador disponível e generoso do projeto da salvação com que Deus agraciou toda a humanidade”. Segundo explicou Dom Pedro Cruz, “Deus escolheu os justos e os simples para realizar seu amor no meio do seu povo”. Por isso, acrescentou, “somos chamados a louvar a Deus pelo ‘sim’ de São José; ‘sim’ não verbal, mas comportamental”. O esposo de Maria, indicou o Bispo, “não resiste a Deus” e, “mesmo sem falar, ele pode ser considerado o homem do ‘sim’ (‘José fez conforme o anjo do Senhor lhe havia ordenado’)”. “Todos nós nos beneficiamos do silêncio afirmativo de São José”, garantiu o Prelado, observando que, “em um mundo ‘líquido’ e de muitos ruídos, falar de São José parece um sinal de contradição, pois aprendemos com ele a ver a presença de Deus nas pequenas coisas, mesmo sem entender plenamente a vontade Dele”. Além disso, o Prelado recordou que, “na história da salvação coube também a São José dar o nome ao Filho de Deus”. E explicou que “o nome indica a identidade, o carisma e a função de Jesus”. Cabia ainda a São José “formar Jesus na tradição e na fé dos patriarcas, pois Deus lhe confiou a formação humana, cultural e espiritual de seu Filho”. Por outro lado, “deu-lhe também a graça especial de ser pai de Jesus e da Igreja”, uma “graça paterna” que “São José a exerceu com alegria e humildade”. Dessa forma, assinalou Dom Pedro Cruz, “celebrar o ano dedicado a São José […]  é celebrar a santidade, a espiritualidade e o silêncio fecundo do pai de Jesus”. “José foi apenas um servo humilde e perseverante, que abandonou seus projetos pessoais para cumprir o que o Senhor lhe pediu em sonho”, afirmou o Bispo, ao desejar “que seu silêncio e seu ‘sim’ nos inspirem a meditar o Mistério de seu Filho, como centro de nossa vida e missão”. “Aprendamos com São José a beleza singela de nos colocarmos a serviço do plano de Deus, a fim de que suas virtudes produzam em nós muitos frutos”, concluiu. Ano de São José O Ano de São José foi convocado pelo Papa Francisco para comemorar os 150 anos do decreto Quemadmodum Deus, com o qual o beato Pio IX declarou o santo como Padroeiro da Igreja universal. Teve início em 8 de dezembro de 2020 e seguirá até 8 de dezembro de 2021. Em sua carta apostólica Patris Corde, o Pontífice indicou que deseja destacar o papel de São José como um pai que serviu sua família com caridade e humildade, acrescentando que “a Igreja hoje precisa dos pais”. Além disso, durante o Ano de São José, a Igreja Católica concederá indulgências de acordo com uma série de condições estabelecidas pela Penitenciária Apostólica e realizando as condições prescritas pela Igreja: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre. acidigital.com

Iniciativas solidárias da Igreja buscam ajudar o Amazonas

Uma conta para receber doações foi disponibilizada para financiar ações de socorro diante das consequências da crise de saúde no estado Após o agravamento dos efeitos da pandemia na cidade de Manaus (AM) e em alguns municípios do interior, a Igreja no Brasil manifestou solidariedade ao povo do Amazonas por meio de pedidos de ajuda e de ações de socorro, em atos e preces. O estado enfrenta um aumento no número de infecções pelo novo coronavírus, recordes de internações nas UTIs dos hospitais e falta insumos nas unidades de saúde, como oxigênio. Em mensagem de vídeo, divulgada na sexta-feira, 15, a arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, informou a intenção da entidade em colaborar para levar oxigênio aos hospitais de Manaus. O presidente da CNBB apelou ainda a líderes empresariais, empreendedores e políticos para que prestem seu auxílio aos irmãos e irmãs que sofrem nos hospitais oferecendo oxigênio, a vacinação e combatendo a especulação de quem quer lucrar com o sofrimento e as perdas humanas. Localmente, o Regional Norte 1 da CNBB, que compreende o Norte do Amazonas e Roraima, também se mobilizou. Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, pediu em nome dos bispos do regional: “Nós bispos do Amazonas e de Roraima fazemos um apelo: pelo amor de Deus, nos enviem oxigênio, providenciem oxigênio. As pessoas não podem continuar a morrer por falta de oxigênio por falta de leitos nas UTIS”, suplicou. Foi disponibilizada uma conta para receber doações que serão aplicadas em ações de socorro diante das consequências da crise de saúde no estado: Banco BradescoAgência 0320C/C: 054104-4CNPJ: 33.685.686/0012-03Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Norte 1 (AM-RR) Também é possível doar por meio do PIX. A chave é o número do CNPJ do Regional Norte 1: 33685686001203 O bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM) e presidente do Regional Norte 1 da CNBB, Dom Edson Damian, afirmou que o momento é de união de forças e esforços para socorrer as pessoas que estão morrendo. Em um primeiro momento, foi possível adquirir alguns materiais para a capital e também para algumas cidades do interior, como na prelazia de Itacoatiara. O bispo local, Dom José Ionilton, agradeceu em um vídeo o apoio. Ainda no dia 15 de janeiro foi divulgada uma nota do Regional Norte 1 na qual os bispos mostraram-se indignados com o relaxamento das medidas de prevenção e pediram empenho das autoridades para evitar o maior número de mortes possíveis. Preces A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) propôs uma campanha de oração por Manaus. A iniciativa, intitulada #CompaixãoPorManaus, motivou a gravação de vídeos de orações em família ou em comunidade e a postagem das preces nas redes sociais com a hashtag da campanha. Para domingo, às 18h, o convite foi para que as famílias acendessem uma vela e se unissem em oração. Em mensagem publicada nas redes sociais, o bispo emérito da Prelazia do Xingu (PA) e presidente da Rede, Dom Erwin Krautler, faz um apelo para que o governo providencie oxigênio para os hospitais do Amazonas. Doações A diocese de Apucarana (PR) direcionará as coletas das missas do último domingo para auxiliar no socorro em Manaus por meio do arcebispo emérito da arquidiocese amazonense, Dom Luiz Soares Vieira, cuja diocese de origem é a de Apucarana. O Regional Leste 1 da CNBB também participa da mobilização. Da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), houve a colaboração para o translado de 50 cilindros de oxigênio doados pela empresa Amazonia Tec (de Belém do Pará). Outros regionais da CNBB também avaliam a possibilidade de contribuir de alguma forma. O Regional Leste 2, por exemplo, também prepara uma doação. Agradecimento O secretário executivo do Regional Norte 1 da CNBB, diácono Francisco Andrade de Lima, agradeceu as doações e fez um balanço prévio do que já foi possível realizar: “Agradecemos os 384 doadores (até as 19horas de 16/01), que colaboram para a Campanha Solidária que está sendo feita pelo Regional Norte 1 – Amazonas e Roraima, já arrecadamos em torno de R$ 108.931,36 (cento e oito mil, novecentos e trinta e um reais e trinta e seis centavos)”. Diácono Francisco afirmou que o Regional Norte 1 continua buscando amenizar a dor e o sofrimento neste tempo de pandemia. O organismo já ajudou com EPIS (mascaras, oximetros, termômetros, luvas e tocas), materiais que faltavam nos hospitais de Itacoatiara.  “Continuamos juntos em defesa da vida, que Deus abençoe a todos os que fizeram sua doação, que rezaram, que se sensibilizaram com esta situação pela qual passam nossos irmãos e irmãos”, concluiu o diácono. Canção Nova